“Maligno e nojento”: Sabrina Carpenter confronta Casa Branca após uso de sua música em vídeo de deportação
A estrela pop Sabrina Carpenter tornou-se, nesta terça-feira (2), o mais novo alvo de uma controversa estratégia de comunicação da Casa Branca: o uso não autorizado de músicas virais para “memificar” ações policiais violentas. A cantora reagiu com indignação ao descobrir que seu hit “Juno” foi utilizado como trilha sonora em um vídeo oficial do governo celebrando operações de prisão de imigrantes pelo Serviço de Imigração e Alfândega dos EUA (ICE).
A peça publicitária, divulgada no perfil oficial da Casa Branca na rede social X (antigo Twitter), intercala cenas reais de agentes perseguindo, derrubando e algemando imigrantes com o refrão chiclete da música: “Have you ever tried this one?” (Você já tentou essa aqui?). A edição tenta criar um tom de deboche sobre as detenções.
Sabrina não deixou o episódio passar em branco. Em suas redes sociais, ela compartilhou a publicação original com uma condenação direta:
“Este vídeo é maligno e nojento. Nunca mais me envolvam ou a minha música para beneficiar sua agenda desumana.”
A escolha da música “Juno” pela equipe de Trump não parece acidental, mas sim uma provocação calculada. Originalmente, a faixa é uma celebração leve e humorada da sexualidade feminina, nos shows da Short n’ Sweet Tour, a frase “você já tentou essa?” é usada por Sabrina enquanto ela brinca de “prender” fãs ou celebridades com algemas de pelúcia cor-de-rosa.
Ao transpor essa estética pop para vídeos de deportação real, o governo subverte o sentido da obra, transformando uma brincadeira sobre liberdade sexual em uma celebração de encarceramento estatal.
Longe de recuar ou pedir desculpas pelo uso indevido da propriedade intelectual, a administração Trump respondeu com hostilidade. Abigail Jackson, porta-voz da Casa Branca, emitiu um comunicado oficial atacando a cantora e fazendo trocadilhos com sua discografia:
“Aqui vai uma mensagem ‘Short n’ Sweet’ [Curta e Doce] para Sabrina Carpenter: não pediremos desculpas por deportar criminosos perigosos. Qualquer um que defenda esses monstros deve ser estúpido, ou será que é lento?” — uma referência ácida à letra de “Manchild”, outra música da artista.
Foto: Divulgação
Sou jornalista apaixonada por cultura pop e música. O que começou como curiosidade e diversão virou profissão e, hoje, escrevo sobre tudo isso no IT Life, tentando entender e traduzir o que move a nossa geração. Também estou no Instagram como @itzdanigram.


