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O riso e a faca

O riso e a faca: filme premiado em Cannes chega à Mostra Internacional de Cinema de São Paulo

Coprodução entre Portugal e Brasil, o longa de Pedro Pinho será exibido na 49ª Mostra com presença do ator brasileiro Jonathan Guilherme

Depois de passar por Cannes e pelo Festival do Rio, o longa O riso e a faca (I Only Rest in the Storm), do diretor português Pedro Pinho, será exibido na 49ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo. A primeira sessão acontece no dia 17 de outubro, às 19h30, no Reserva Cultural, com a presença do ator brasileiro Jonathan Guilherme, que integra o trio de protagonistas.

Rodado entre a Guiné-Bissau e o deserto da Mauritânia, o filme é uma coprodução entre Portugal, Brasil, Romênia e França, e reúne 31 profissionais brasileiros em cargos técnicos e artísticos. No elenco estão Cleo Diára, vencedora do prêmio de Melhor Atriz na mostra Un Certain Regard em Cannes, Sérgio Coragem e o brasileiro Jonathan Guilherme, ex-atleta de vôlei que hoje atua como poeta e ator em Barcelona.

A trama acompanha Sérgio, engenheiro ambiental que viaja a uma metrópole na África Ocidental para trabalhar na construção de uma estrada entre o deserto e a selva. Durante o projeto, ele se envolve com dois moradores locais, Diára e Gui, em uma relação marcada por desejo, solidão e desequilíbrio. O longa usa esse triângulo afetivo para discutir as dinâmicas de poder, as contradições do neocolonialismo e a presença estrangeira em territórios africanos.

Pedro Pinho, conhecido por A Fábrica de Nada (2017), retoma em O riso e a faca a investigação sobre as fronteiras entre política e intimidade. O filme mergulha em espaços de contraste, dos escritórios climatizados das ONGs às ruas poeirentas das cidades africanas, para refletir sobre os limites entre o “encontro” e a exploração, entre a empatia e o poder.

O título é inspirado na canção homônima de Tom Zé, lançada em 1970 e regravada em Todos os Olhos (1973). Na letra, o músico fala da dualidade humana e da busca por equilíbrio entre extremos, ideia que também atravessa o filme. Como na canção, o longa de Pedro Pinho se constrói entre opostos: o riso e a dor, a ternura e a violência, o amor e a dominação.

Com distribuição da Vitrine Filmes, o longa tem produção da portuguesa Uma Pedra no Sapato e coprodução da brasileira Bubbles Project, comandada por Tatiana Leite, produtora de Pendular, Benzinho e Regra 34. A presença de nomes como Ivo Lopes Araújo na direção de fotografia, Karen Akerman na montagem e Pablo Lamar na edição de som reforça a força do cinema brasileiro dentro de uma coprodução internacional que já conquistou a crítica.

FICHA TÉCNICA

Direção: Pedro Pinho
Roteiro: Pedro Pinho, com colaboração de Miguel Seabra Lopes, José Filipe Costa, Luísa Homem, Marta Lança, Miguel Carmo, Tiago Hespanha, Leonor Noivo, Luis Miguel Correia e Paul Choquet
Produção: Uma Pedra no Sapato e Terratreme (Portugal), Bubbles Project (Brasil), Still Moving (França), De Film (Romênia)
Produtores: Filipa Reis, Tiago Hespanha, Tatiana Leite, Juliette Lepoutre, Pierre Menahem, Ioana Lascăr e Radu Stancu
Produtores Associados: Rodrigo Letier (Kromaki Filmes), Geba Filmes e Maison des Cinéastes
Direção de Produção: Eduardo Nasser
Fotografia: Ivo Lopes Araújo
Montagem: Rita M. Pestana, Karen Akerman, Claúdia Oliveira e Pedro Pinho
Direção de Arte e Figurinos: Camille Lemonnier, Livia Lattanzio e Ana Meleiro
Maquiagem e Cabelo: Ami Camará
Som: Jules Valeur
Edição de Som: Pablo Lamar
Ano e países de produção: Portugal/Brasil/Romênia/França, 2025
Duração: 212 min
Distribuição no Brasil: Vitrine Filmes

Fonte e fotos: Vitrine Filmes

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