Polícia prende 57 pessoas em operação contra bebidas adulteradas com metanol em São Paulo
A Polícia Civil de São Paulo ampliou nesta terça-feira (14) as ações da Operação Poison Source, que investiga uma rede de produção e comercialização de bebidas alcoólicas adulteradas com metanol, substância altamente tóxica ao consumo humano. Com seis novas prisões, o número total de detidos desde o início da operação chegou a 57.
As equipes cumpriram 20 mandados de busca e apreensão na capital e em cidades do interior e litoral, incluindo Santo André, Poá, São José dos Campos, Santos, Guarujá, Presidente Prudente e Araraquara. Durante as diligências, um dos suspeitos foi preso em flagrante por porte ilegal de arma de fogo, indicando que o grupo mantinha uma estrutura de proteção armada para os locais de armazenamento e produção.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública, as investigações começaram no início de outubro, após a prisão de um dos principais articuladores do esquema, localizado no Jardim Corumbé, zona norte de São Paulo. O homem é apontado como um dos maiores falsificadores do país, com atuação que se estendia para outras regiões do estado.
O levantamento policial revela um esquema complexo de falsificação que envolvia produção, envase e distribuição de bebidas contaminadas com metanol. Apenas desde o fim de setembro, mais de 21 mil garrafas com suspeita de adulteração foram recolhidas. Em 2025, o total de produtos apreendidos já ultrapassa 71 mil unidades, além de 480 mil rótulos falsos, 105 mil insumos químicos e 121 mil garrafas vazias que seriam usadas para novos envases.
De acordo com a Secretaria Estadual da Saúde, o estado contabiliza 28 casos confirmados de intoxicação por metanol, com 100 ocorrências em análise e cinco mortes confirmadas. Outras três mortes estão sob investigação para confirmar a relação com o consumo das bebidas adulteradas. As vítimas identificadas até o momento incluem três homens de 45 a 54 anos, moradores da capital, uma mulher de 30 anos em São Bernardo do Campo e um jovem de 23 anos em Osasco.
A Polícia Civil trabalha com a hipótese de que o grupo tenha ramificações interestaduais, o que pode resultar em novas prisões nos próximos dias. O Ministério Público e a Vigilância Sanitária participam da operação para reforçar a retirada de produtos contaminados do mercado.
Com a aproximação das festas de fim de ano, as autoridades reforçam o alerta sobre o consumo de bebidas sem procedência. A recomendação é verificar rótulos, tampas e embalagens antes da compra e desconfiar de preços muito abaixo do mercado.
Denúncias sobre produção ou venda de bebidas falsificadas podem ser feitas de forma anônima pelo Disque Denúncia 181 ou pelo site da Polícia Civil de São Paulo.
